quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Vivendo e aprendendo

Olá Todos...

Meu post de hoje, infelizmente, não será tão alegre... Mas preciso escrever mesmo assim.
Meu pai se foi, para cumprir uma nova jornada do outro lado.
Depois de muita tristeza, a vida me obrigou a voltar à realidade, ainda mais dura por ter de seguir em frente sem uma pessoa que amo tanto.
Quando isso acontece, a dor se acalma lentamente e o que toma conta é uma imensa saudade.

Ao voltar à realidade, percebi que não poderia sofrer em vão... Alguma coisa a vida está reservando para mim, para o meu aprendizado e senti que deveria agradecer a todo o sacrifício feito pelo meu pai, para que eu fosse a pessoa que sou, aprendendo até mesmo com os seus erros e tentando consertar os meus.

Por isso, tenho tentado tirar o máximo de aprendizado desta situação tão triste, para que a dor me transforme em uma pessoa melhor. É por isso que estou escrevendo aqui. Para que todos que passarem para ler, possam aprender algo também.

Aprender a viver um dia de cada vez, sem abrir mão dos sonhos e planos de médio e longo prazo. Eles são importantes, mas podem ser engolidos por uma fatalidade da vida em um piscar de olhos.

Aprender a aproveitar coisas simples, atitudes simples das pessoas que amamos e achamos que estarão sempre por perto, e um dia sem mais nem menos, sem que a gente se despeça delas, vão embora de nossas vidas para sempre.

Aprender a dizer tudo o que sentimos na hora em que estamos sentindo. Não deixar para dizer amanhã, nem se sentir bobo por ter dito. Mesmo que não seja retribuído, você nunca se arrependerá de ter escondido seus sentimentos.

Aprender a não guardar rancor e a terminar brigas com um abraço.

Lembrei de um texto do Drummond, que embora fale sobre a perda de um grande amor, foi perfeito, pois acima de tudo fala sobre o sofrimento:

Viver Dói?

Definitivo, como tudo o que é simples.

Nossa dor não advém das coisas vividas,
Mas das coisas que foram sonhadas
E não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer,
Apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana,
Que gerou em nós um sentimento intenso
E que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas,
Por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos,
Por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
Por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!
A cada dia que vivo mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.
Fé é colocar seu sonho à prova!

Carlos Drummond de Andrade


Resumindo tudo isso, acho que o que posso dizer é que é possível conviver com a dor sem sofrer, desde que os momentos bons e felizes estejam sempre presentes na nossa memória e que a dor nos traga algum aprendizado para que a nossa existência tenha um significado nesta vida.

E uma dica: aproveitem seus pais, irmãos, amigos, amores e todas as pessoas que são importantes na sua vida, como se hoje fosse seu último dia (é o mais puro clichê, mas é verdade).
Até!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Encantada

Sim, eu sumi! Podem me criticar... eu mereço.

Para voltar à ativa, queria algo bem bacana para poder escrever e assisti a um filme que gostei demais, por isso, queria compartilhar com vocês.

Encantada

O nome do filme foi sabiamente escolhido, pois foi assim mesmo que eu saí do cinema depois de assistir a este conto de fadas contemporâneo.
Confesso que sou um pouco suspeita, já que sempre fui fã incondicional dos contos de fadas de Walt Disney®. Mas este filme não é somente um conto de fadas como todos os outros, ele foi feito para “meninas” da nossa idade (os 20, 30 e até 40 e poucos anos).

Acho que grande parte da minha personalidade romântica e sonhadora é resultado de uma infância repleta de “era uma vez...” e principalmente “... felizes para sempre!”. É por isso que adoro as comédias românticas, que continuam sendo o meu estilo de filme favorito. Claro que eu adoro suspense e uma boa ação, mas nada como um final feliz e às vezes umas boas lágrimas para nos lavar a alma.

Mas voltando ao Encantada...

O filme traz todos os clichês de um conto de fadas, mas colocados de forma muito divertida e que nos faz relembrar da infância. Porém, há um toque de realidade que nos faz pensar muito sobre a vida que vivemos e no conformismo de que não existe o “felizes para sempre” nem o “beijo do amor verdadeiro”. Depois disso, a pergunta que não sai da minha cabeça é: “será que o amor verdadeiro sobrevive ao mundo real?”.

O que podemos fazer para que a correria diária e todas as “mazelas” desta vida frenética que vivemos não nos afastem daquela garotinha sonhadora que existe dentro de muitas de nós e que fica escondida com medo da racionalidade com que lidamos no nosso dia-a-dia?

É obvio que a vida nunca será simples como um conto de fadas, mas acho que às vezes complicamos o que pode ser simples e é na simplicidade que estão muitos dos momentos felizes, e às vezes, deixamos de reparar buscando algo muito maior que poderá nos fazer ter uma vida confortável e feliz. O problema é que quando chegarmos lá, perto deste “padrão”, não é raro perceber que muito tempo foi perdido e pequenas felicidades foram deixadas para trás.

Acho que vale a pena a ida ao cinema, para homens e mulheres, crianças ou adultos.
Até!